sábado, fevereiro 24, 2007

Da ficção à memória consciente do passado


24/02/07


Da ficção à memória consciente do passado


Encontrei-te, de forma inesperada, junto a um dos elevadores centrais do hospital, e efusivamente cumprimentaste-me, com muita ternura. Fiquei estupefacta pela surpresa de te ver, e de te sentir triste.

A conversa possível deu para perceber que estavas doente e que, de novo, procuravam as razões das tuas queixas anteriores. Não estavas só, como sempre, nestes momentos, mas pareceste-me que, mais uma vez, tinhas deixado de seres tu, sem vontade própria, apesar de seres também profissional da saúde, para passivamente deixares que os outros decidam por ti, como se alternativas não pudesses ter.

Tinhas um ar débil mas conseguiste rir para mim e mostraste aquele sorriso lindo que sempre te caracterizou e que não mais esqueci…

Segui e não fiquei a ver-te subir como se de uma despedida se tratasse, até porque me segredaste que me ligavas…

Repentinamente, dei comigo a preocupar-me contigo, não fiquei sossegada enquanto os apelos de comunicação não foram respondidos.

Depois, veio a resposta, os exames que não clarificaram o hipotético diagnóstico, apareceram novas hipóteses para complicar, que se vão arrastando há alguns meses. Entretanto o teu estilo de vida independente modificou-se e por precaução estás sempre dependente de terceiros…

Este encontro junto ao elevador fez-me reflectir sobre um passado em comum.

Valeu mesmo muito a pena termo-nos conhecido e amado de forma tão bonita…

Permite-me que faça um elogio ao Amor, enquanto expressão de um sentimento, vivido e sentido, memoriado pelo que representa a sua essência de nobre, tanto quanto de felicidade conseguida…

Tínhamos efectivamente muito em comum, a partilha de afectos e de grande sensibilidade que transbordava nos infinitos gestos, olhares ou pensamentos, no gostar de estarmos juntos, mesmo que fosse no silêncio das tardes frias de Inverno ou quando simplesmente passeávamos á beira-mar independentemente se a praia estivesse repleta de gente ou apenas ouvíssemos o ruído dos nossos passos.
Tínhamos sempre necessidade de partilhar mesmo os ínfimos pormenores de tudo, especialmente os acontecimentos do trabalho mesmo que uma eternidade de km/s nos separasse.

Éramos profissionalmente perfeccionistas, também nisso tínhamos muito em comum. Já conhecia o teu rigor profissional quando por algum tempo chegamos a trabalhar juntos e nesse tempo cada um à sua maneira tinha de demonstrar quanto valia e a fasquia era elevada….

Mais tarde quando dobrei outros horizontes foste à minha procura no terminal da estação de Campanhã. Nessa noite comi a melhor “francesinha” de sempre. Estávamos muito nervosos e trocamos o nosso 1º beijo.

Por um longo período tempo tentamos “eternizar” esta paixão, pois quando estávamos sós:

… As conversas duravam até que os assuntos estivessem esclarecidos ao pormenor

…Sentia-me tão bem que acreditava que tu apenas existias para mim

…Fazias-me sentir que a tua mão estava sempre no encontro de um desejo que era meu

… Ensinaste-me a soltar a minha afectividade a dar corpo à minha sensualidade e sexualidade enquanto expressão de amor

…Os nossos abraços tinham a imensidade do mundo

… Apreciavas sempre o que eu cozinhava

… Acordavas-me muito ternamente para fazermos amor

… Surpreendias-me sempre com pequenas recordações, mas um dia confessaste que nunca tinhas oferecido flores a mulher alguma. E eu fixei.

…Rimos a relembrar quando te pedi para me ofereceres umas flores, o embaraço foi tal que a primeira reacção foi dizeres que as flores eram artificiais…

…Dizias-me Maria e o Amor, com ternura, e um dia escreveste-me um poema

…Não mais me deixaste só quando a minha saúde pareceu abalar, e eu, cheia de receio fui-me abaixo psicologicamente

…Comemoramos com champanhe os receios infundados da minha doença

…Preparavas ao pormenor sempre o próximo encontro como se fosse o único

…Enchias-me de carinho e amor e o mundo parava

…Surpreendias-me pela qualidade das fotos que me dedicavas

…Riamos às gargalhadas das minhas distracções “típicas”

Quando estávamos sós….

É pois assim que relembro o nosso passado, a grandeza do amor que valeu a pena ter sido vivido, apesar de fazer parte de um passado, com expressão significativa nas nossas vidas de outrora, mas que não soubemos ou não fomos capazes de o consolidar.
Permanecem a amizade, o respeito e o carinho mútuo.

Por muito intenso que seja um sentimento, não pode ser transformado em posse de outro, porque ninguém é dono de ninguém…
E eu não percebi quanto importante é respeitar o livre arbítrio no desenvolvimento de cada ser…

Relembro a frase de Georg Simmel, no seu Fragmento sobre o amor:”Só o ser que ama é um espírito realmente livre”

Este foi um caminho que percorri e que relembrei com muita alegria porque julgo termos merecido a expressão dessa liberdade. Especialmente para ti o desejo que voltes rapidamente a seres livre…


Momento de psicografia

12/02/07

Tenho vindo a assistir ao desabrochar da consciência do Homem Planeta, na dimensão mais profícua que pode acontecer.
Contudo, temos de nos acautelar porque tudo pode mudar consciencialmente pois a massificação do pensamento de alguns que estão condensados em determinados pontos do vosso planeta podem provocar alterações significativas.

Por este mesmo canal me referi ao “poder oculto” do Presidente dos Estados Unidas da América, agora fortemente diminuído pela sua derrota, mas que ainda se não quedou com tal perda de poder e tem conseguido protelar este mantendo por exemplo, e ainda, as suas tropas no Iraque.
Estará por certo à espera que aconteça alguma convulsão maior interna dentro daquele país, o que não é de todo impossível para legitimar a sua vontade de estremar ódios e ceifar vidas.

Este é um exemplo gritante de impunidade dos homens que deixam que estas cenas se vão repetindo um pouco por todo o vosso universo.

È como que não existisse vontade de mudar este cenário e todos se vão acomodando por temerem que poderão perder os seus respectivos poderes.

A impunidade nunca é de um único responsável mas de muitos.

O nível vibracional nesses pontos demasiado conhecidos da Terra desceu para níveis considerados muito baixos e, que, por tal, vai desnivelando os campos vibratórios que podem ter tendência a aumentar se não tivermos consciência da sua dimensão.

Homens pugnai para que as consciências se abram ao amor e não mais se matem inocentes.

Sou um pouco irónico se vos disser que cada um tem aquilo que semeou…

Vamos colhendo também o desabrochar de muitas colheitas verdejantes, campos com muito trigo, alimento indispensável ao verdadeiro Homem Planeta…

Fico como sempre o disse muito contente por cada vez existirem pequenas ilhas que também sobressaem em contraponto com o “poder oculto”.

HILARION

1 comentário:

None disse...

Encontrei este blog e certamente não foi por acaso. Continuarei a passar por cá. Obrigada pelas palavras. Um abraço.
Mara
www.osomdapalavra.blogspot.com